sábado, 14 de abril de 2012

Identidade Mediterrânica, um factor a potenciar

            Os povos do sul da Europa, nos quais se tem de incluir a França, por mais que ela queira fugir ao seu destino e identidade, têm um património cultural, biológico, social e cultural que os deve unir, em vez de os afastar.
            A nossa civilização cresceu e desenvolveu-se na bacia mediterrânica, primeiro no Médio Oriente, onde nasceram as primeira civilizações, depois no Egipto, para atingir a sua grande explosão na civilização Grega, a qual nos trouxe importantes contributos quer a nível da Artes, quer a nível das Ciências, de que são exemplos a Medicina, a Filosofia, a Física, a Astronomia, a Matemática, a Politica e nos trouxe sobretudo a Democracia.
            O império Romano, que lhe sucedeu, trouxe um modelo de administração, uma língua, um padrão que marcou definitivamente os povos que viveram dentro dos seus domínios.
            A invasão dos bárbaros do centro da Europa apenas trouxe as trevas da Idade Média.
            Foi a audácia e o espirito inovador dos Portugueses que levaram a que estes se metessem em pequenas embarcações para descobrir novos mundos fora da Europa, palco de guerras sucessivas, saturada por um feudalismo belicista que escravizava as populações, descobrindo o nosso país a sua vocação atlântica, a qual volta a fazer cada vez mais sentido neste pobre canto esquecido e humilhado da Europa.
            Também a nossa vizinha Espanha, teve um papel igualmente grande nesta descoberta de novos mundos, sendo responsável pela descoberta da América e pela iberização da América Central, de grande parte da América do Sul e de uma porção cada vez maior dos Estados Unidos da América.
            Podemos dizer com orgulho que os povos Ibéricos abriram novos horizontes, expandido o mundo conhecido, exportando a nossa cultura língua e valores para vários continentes, dando origem a novos países, realizando a primeira e verdadeira globalização.
            A revolução francesa trouxe o povo ao poder, projectando de forma ímpar os ideais da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, bem queridos da Esquerda mundial e que a Direita nunca teve a coragem de contrariar assumidamente, se bem que o faça de uma forma encoberta.
            E a Alemanha? A arrogância alemã trouxe ao mundo dois sangrentos conflitos de que saiu sempre humilhada e destruída, uma lição que não deveria nunca esquecer.
            Foi precisamente o efeito devastador da segunda guerra mundial que esteve na origem da criação duma comunidade europeia que pudesse servir de tampão a qualquer desejo expansionista e belicista que voltasse a trazer a dor da guerra mais uma vez a este continente.
            Hoje em dia a União Europeia está dividida em PIIGS e não PIIGS. Penso que é chegada a hora dos PIIGS levantarem a sua cabeça, honrarem o seu passado e dar um murro na mesa - e se preciso um pontapé - nesta Europa que os rejeita, para se unirem em torno dum plano comum que torne novamente válido o projecto Europeu.
            É minha convicção de que se os países latinos do sul da Europa (PIIGS + França) se organizarem em bloco e agirem em conjunto, podem funcionar como um novo um gigante cultural, económico e militar com capacidade para se afirmar autonomamente num mundo globalizado, com capacidade para sobreviver a uma Europa utópica, germanocêntrica e cada vez mais nacionalista, que se afunda de dia para dia.
            

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