Por mais que os especialistas garantam o contrário,
existe a probabilidade cada vez maior do Euro ter os dias contados nalgumas
economias periféricas, como é o caso da Grécia e de Portugal. Sabendo de
antemão as implicações directas e prevendo as implicações indirectas de tal
eventualidade, deve ser elaborado com alguma urgência um plano de contingência,
uma espécie de plano B para essa circunstância, o qual passaria pela capacidade
de emitir moeda rapidamente, exclusivamente para circulação interna de modo a
que a economia nacional não fique paralisada em caso de incumprimento, também
chamado bancarrota.
Se de repente o Estado se vir sem dinheiro para pagar os
vencimentos dos seus funcionários, pensionistas e fornecedores é necessário um
plano de emergência que garanta as condições mínimas de sobrevivência,
nomeadamente nos campo da energia e da alimentação, preparando um regresso a
uma agricultura de subsistência, pois não vamos ter dinheiro para importar a
grande maioria dos bens, mesmo os de primeira necessidade. Por outro lado, um
plano que garanta a nossa autonomia e reduza a dependência externa em sectores
vitais é sempre uma mais-valia que temos como povo e como estado.
Um plano de emergência nestes moldes tem de ser preparado
com a ambição de nunca ser utilizado. Já vi serem preparados planos para cenários
mais improváveis como a gripe das aves e o bug do ano 2000, pelo que não vejo
motivo para não se ir criando o referido plano de emergência. É melhor estar
preparado para a catástrofe e ela não acontecer, do que continuar a enterrar a
cabeça não areia fingindo que está tudo bem quando vemos a economia a afundar
dia-a-dia em grande parte dos países da Europa.
Ficaria bem mais tranquilo se visse um grupo de trabalho
a preparar o referido plano, o qual implicaria certamente racionamento dos
combustíveis, contratos alternativos para fornecimento de combustíveis fósseis
directamente com países exportadores de petróleo com quem fazemos directamente
transacções, como é o caso de Angola, Brasil e Venezuela, continuar a apostar
nas energias renováveis, iniciar o estudo para uma central nuclear a instalar
nas fronteira junto às que já existem no país vizinho, preparar a Casa da Moeda
para a emissão de escudos, criar novas parcerias para uma moeda conjunta seja Ibérica,
seja comum ao sul da Europa, a qual poderia ser posteriormente estendida a
alguns países do norte de África como Marrocos e Tunísia, ou em alternativa, a
criação uma moeda de referência comum aos países da CPLP.
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